CATAVENTO
Da obra "Via Sacra" de Marcelo Gama
Vim sarar tédios, longe da cidade,
a convite e conselho de um amigo,
neste sombrio casarão antigo,
onde tudo tem ares de saudade.
"Vem para o campo que a paisagem há de curar-te".
Mas, curar-me não consigo:
ontem o riso esteve bem comigo;
hoje me sinto cheio de ansiedade.
Sou assim, como as asas do moinho
que, lá distante, à beira do caminho,
por entre casas velhas aparece:
Gira ao norte.., ora ao sul.., depressa.., lento…
Parece doido aquele cata-vento!…
Mas como ele comigo se parece!
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